Uma Muralha chamada Diego
Contratado como craque, Diego é o 10 (não necessariamente envergando a camisa) do Flamengo. O Zico possível no atual momento do futebol brasileiro.
Na última quarta-feira (27), o “craque” rubro-negro desperdiçou uma das cinco cobranças de tiros-livres da marca do pênalti, e o Flamengo perdeu a final da Copa do Brasil para o Cruzeiro, no Mineirão, em Belo Horizonte.
Como já vem sendo vaiado e achincalhado pelo torcedor flamenguista e malhado pelos torcedores adversários, a culpa recaiu sobre o goleiro Muralha, tendo em vista que dos cinco pênaltis cobrados, não defendeu nenhum.
Não há dúvidas que Muralha é um goleiro apenas razoável, muito abaixo das necessidades do Flamengo. É bom lembrar, porém, que o time carioca já teve um sem-número de goleiros razoáveis e que fizeram boa história no clube, alguns tendo sido campeões e fazendo boas campanhas no arco do time da Gávea.
Converter pênalti ou tiro-livre da marca do pênalti é responsabilidade do batedor. O goleiro entra na parada como um franco-atirador. Defendendo vira herói. Não o fazendo, é simplesmente esquecido. Nunca responsabilizado.
Assisti a quase todos os programas esportivos que analisaram a peleja que decidiu a Copa do Brasil. Quase todos os comentaristas tiveram algo a dizer sobre Muralha; poucos – ou nenhum – fizeram menção ao erro de Diego.
É bom que se diga. Muralha, goleiro razoável, não foi o responsável direto pela derrota do Flamengo para o Cruzeiro. O responsável foi Diego, que perdeu a cobrança e se calou enquanto o colega que joga no gol é crucificado por erro que não cometeu.
Faltaram a Diego competência técnica e hombridade. A primeira forja o jogador; a segunda, o homem. A soma das duas, o atleta.
Por ora, Diego está no limbo.
Por Sérgio Trindade