Os analistas de futebol
Estava, ontem, assistindo mesas-redondas em diversos canais, após a vitória do escrete brasileiro contra o selecionado suíço, e a maioria dos analistas dizia que a seleção canarinho jogou, até agora, com times fracos, Sérvia e Suíça, esquecendo que ambas foram primeiros lugares, em seus grupos, nas eliminatórias europeias, deixando pelo meio do caminho campeãs do mundo, como a Itália, e outras equipes tradicionais, como Portugal. A Suíça, ressalto, foi responsável pela eliminação da França, atual campeã do mundo, na Euro-2020.
Sérvia e Suíça não são sumidades do mundo do futebol, mas estão longe de frequentar o andar de baixo do glorioso esporte bretão.
Dito isso, é fato que o selecionado brasileiro esteve mal no jogo de ontem, quando venceu, pelo placar mínimo, a seleção do tempo (relógios) e de deliciosa guloseima (chocolates).
O jogo foi jogado de forma vacilante, com temperatura morna e ritmo enfadonho e demonstrou, de forma definitiva, que o Brasil ainda é muito dependente de Neymar, por motivo para lá de simples: o ex-santista e atual PSG é um craque extraclasse, por ora o único que temos, ainda que já haja candidatos a substituí-lo.
Neymar atrai a atenção dos adversários e desperta receio em qualquer sistema defensivo. Sem ele, os nossos adversários jogam relaxados e foi exatamente isso o que ocorreu no jogo de ontem.
Para além da ausência de Neymar, o time do Brasil fez jogo burocrático e foi atrapalhado por seu técnico, Tite, ontem com jaleco de inventor. Para quem se lembra de avaliações escolares feitas com base em conceitos, inventor começa com “I” e termina com “R” e nunca chega a “MB”.
Jogando mal, o Brasil sobrou para vencer a Suíça, como sobrou para vencer a Sérvia. Precisa sobrar mais – e para isso o retorno de Neymar é importante – para vencer adversários com maior tradição.