O nosso amor pela demagogia
O Brasil gosta de salvadores da pátria, dos messias e sebastiões da política que, de tempos em tempos, aparecem para salvar a todos.
Getúlio, Jânio, Collor, Lula, Bolsonaro como messias e sebastiões chegaram à Presidência da República.
Alguns – Ciro, Brizola, Lacerda, Adhemar e outros menos conhecidos – assim se apresentaram ou quiseram se apresentar para concorrer à vaga de Presidente da República.
Eu já disse, em outros textos, que o moralismo barato contamina o debate político.
Foi assim com Lula e a turma dele e é assim com Bolsonaro e a turma dele.
Foi assim com a UDN, com o PT e, agora, com o PSL/Aliança pelo Brasil.
A empáfia de ambos os elevaram, junto aos seus soldados virtuais, de palanques e de rua, à condição de mitos, ideias e ideais.
Houve quem aplaudisse Lula quando ele disse ser uma ideia (“Eu não sou um ser humano, sou uma ideia. E não adianta tentar acabar com as ideias”.). https://brasil.elpais.com/brasil/2018/04/08/politica/1523145272_467301.html
Há quem aplauda Bolsonaro porque acha que ele é uma ideia. https://domtotal.com/noticia/1280620/2018/08/bolsonario-o-mito/
Existe limite para a demagogia.
Enquanto as duas pretensas ideias estiverem trocando caneladas, sem olhar para o Brasil, nem ideia o país será.