Lição básica de jornalismo
Thaís Heredia é, indubitavelmente, umas das mais competentes jornalistas do país e não abdicou da função para exercer a de assessora de imprensa do governo. É jornalista e segue sendo jornalista.
Semana passada esteve frente a frente com o ministro da Fazenda Fernando Haddad e desempenhou a contento, o que não é de estranhar, o papel que dela se esperava
O que ocorreu ali, quando a jornalista entrevistava o ministro não foi nada extraordinário, pois Thaís apenas cumpriu o papel que a profissão dela exige, naquele momento, o de inquirir a um ministro de Estado, o qual insistentemente se recusava a responder as questões formuladas.
Gente do governo alardeou que Thaís quis colocar Haddad num canto de parede.
Não teve absolutamente nada disso. Não houve agressividade alguma, as perguntas foram formuladas de maneira profissional e polidas, embora firmes. Como exige a profissão.
Um exemplo. Quando indagado acerca das previsões para o PIB-2025, aguardava-se que o ministro da Fazenda discorresse sobre o tema, esclarecendo população e mercado e afastando previsões sombrias e mostrando os números prováveis, etc.
Não foi o que Haddad fez.
Tentou fugir da pergunta dizendo não ter projeção para o literal exercício seguinte, porque existe “um mar até lá”. Mais, não explicitou as possibilidade e os instrumentos que levem o governo a realizar o necessário plano de gastos do governo, demonstrando claramente não ter autonomia para gerir a pasta. Pior, o ministro referiu gastar o tempo com o tema Nikolas Ferreira e censura, indicando que o vídeo do deputado mineiro Nikolas foi a gota d’água que o PT e seus aliados precisavam para intensificar a briga pela censura disfarçada de regulamentação das redes sociais.
Não devemos nos enganar: a turma vai tentar regulamentar a mídia, para alongar a perna e derrubar a parcela que ainda teima em apontar os malfeitos no poder público.
O objetivo é transformar a imprensa em armazém de secos e molhados.