O Brasil é, reconhecidamente, um país culturalmente plural. No entanto, a pluralidade cultural brasileira tem curvas que exigem muitas manobras e isso torna o Brasil muito singular.
Vejamos.
Um juiz vira herói nacional e resolve, para resolver (perdoem a repetição) problema secularmente histórico, atropelar a lógica processual.
Para tal, condena político à prisão e inviabiliza a sua candidatura à Presidência da República; depois torna-se ministro do candidato que se beneficiou da inviabilização do adversário e chegou à primeira magistratura da nação.
Passados poucos anos, o inviabilizado sai da cadeia, elege-se presidente e quer indicar seu advogado para a suprema corte do país, que anulou a sentença do juiz apressado.
Juízes da suprema corte que mandaram soltar o político preso e agora presidente da república vão a churrasco na casa dele. Lá estão ministros e políticos que têm processos correndo no tribunal. E eles, ministros, políticos e juízes, irmanados confraternizam no convescote.
A singularidade brasileira é a falta de seriedade.