Os fantasmas políticos brasílicos
O Brasil é pródigo em criar fantasmas políticos para assombrar desavisados, o s quais, infelizmente, são muitos.
O risco de difusão do comunismo foi e segue sendo tão forte quanto a estória do golpe de Estado.
Não há golpe de Estado à vista no Brasil atual. Como não há comunismo algum que tenha deitado raízes por aqui.
A não ser os extremos políticos que hoje conflitamos dois fantasmas existem. Para sustentar narrativas.
Golpe de Estado é qualquer coisa capaz de impedir ou dificultar mais uma vitória eleitoral do lulismo, em 2026. Como comunismo é qualquer coisa que fira a tradição ou princípios conservadores mais extremados.
Quando Lula e o PT falam de golpe, é disso que eles estão falando. O mesmo vale para Bolsonaro e muitos dos seus aliados.
São os bichos-papões da política tupiniquim e exercem o papel que, segundo o professor Alípio de Sousa Filho, na seu livro Medos, mitos e castigos, as sociedade organizam a educação para incutir os mitos e o medo como meios de controle de grande eficácia simbólica. Para ele, o mito, a forma primeira da ideologia, é uma resposta ao temor da desagregação da ordem cósmica e/ou social.
Para o lulismo e o bolsonarismo duas coisas são absolutamente essenciais: que no horizonte sempre haja um golpe e um comunismo a combater.
Quanto aos pobres, que sigam existindo para serem comprados.
Sem esse cenário, o discurso maniqueísta dos polos não se sustenta.