Futebol – a ruína do jogo no Brasil
Depois de apreciar, meio no atropelo, o jogo de futebol entre Real Madri e Barcelona, ontem à tarde, não há quem suporte ficar à frente de uma TV para assistir Botafogo X Flamengo e/ou Grêmio X Cruzeiro, pelas semifinais da Copa do Brasil.
Não há dois jogadores em qualquer time brasileiro que possamos dizê-lo muito bom. Craque, então, nem se fala.
O jogo entre os times espanhois lembrou-me alguns clássicos do futebol brasileiro, ali entre as décadas de 1970, quando comecei a assistir futebol, e a década de 1990, quando praticamente deixei de acompanhar o futebol brazuca.
Real e Barça são dois times refinados, que têm meio-campistas requintados e jogam com a bola do pé, quase sem dar chutões, atacantes incisivos e laterais ousados, iguais aos times brasileiros entre as duas décadas que acima menciono.
Craques como Rivelino, Ademir da Guia, Zico, Zenon, Dicá, Zanata, Paulo César Pintinho, Paulo César Caju, Paulo César Carpegiani, Falcão, Batista, Jair, Paulo Isidoro, Dirceu, Toninho Cerezo, Jorge Mendonça, Zé Mário, Guina, Renato “Pé Murcho”, Sócrates, Geovani, Rivaldo, Raí, Dener, Edílson, Leonardo, Juninho Paulista, Juninho Pernambucano povoavam o meio-de-campo dos nossos times.
Zé Maria, Wladimir, Nelinho,Paulo Roberto; Toninho, Leandro, Jorginho, Adalberto, Junior, Marco Antônio, Edevaldo, Pedrinho, Mazinho, Marinho Chagas, Branco, Roberto Carlos eram craques pelas laterais do gramado.
Era entre as laterais e o meio-campo que se decidiam os jogos, Por ali a bola corria macia, conduzida por estetas dos gramados.
Todos anos-luz à frente de cabeças-de-bagre que povoam os gramados nacionais e que maltratam a bola com requintes de crueldade.
Estádios vazios e torcedores que bocejam ou dormem em frente à TV, como eu, exprimem o que fizeram com o jogo aqui nos trópicos.
É preciso ser muito tarado por futebol para suportar a tortura por noventa minutos.