Gripe, marasmo e futebol

por Sérgio Trindade foi publicado em 30.jun.24

Estou há quase noventa dias vivendo um final de semana constante criado por um greve sem propósito, daquelas que encerradas, depois de muito moído e pouco resultado, as lideranças sindicais saem gritando que tivemos ganhos políticos.

Meus quatro ou cinco leitores, aprendam: se alguma liderança sindical lhe chamar para uma greve que prometa mundos e fundos e ao final vier com conversa de ganhos políticos saibam que a vocês só restaram os fundos.

Nos quase noventa dias de greve tive, mesmo com o trabalho e a rotina diários suspensos, muito o que fazer – e fiz. Li e escrevi e alguns dos resultados virão a público entre julho e setembro. No entanto, na última semana fui derrubado por uma gripe e de molho em casa desde a noite da quinta-feira (os primeiros sintomas se manifestaram de quarta para quinta), restou-me assistir filmes e jogos de futebol, porque ler só consegui ontem à noite.

Com o encerramento da primeira fase da Euro, o pobre campeonato brasileiro da séria A, com times desfalcados, a paupérrima Copa América foram inicialmente as minhas alternativas na quinta (quase não vi nada) e sexta.

Na sexta o Brasil entrou em campo pela “primeira vez” e atropelou a seleção paraguaia, 4 a 1. Foi a “estreia” de Vinícius Junior pelo selecionado tupiniquim. O craque do Real Madrid fez dois gols; os outros dois foram marcados por Paquetá, de pênalti, e Savinho. O Brasil ainda perdeu uma penalidade máxima, com Paquetá.

Ontem (sábado) pude deleitar-me com dois bons jogos da Euro (Suíça x Itália e Alemanha x Dinamarca), com o ABC jogando no Continente (salve Érico Veríssimo), com o empate sem graça entre Vasco e Botafogo e com a Argentina jogando o suficiente para despachar o Peru de volta para casa.

O ex-ferrolho suíço mandou a Itália mais cedo para casa (2 a 0). Quem tem menos 25 anos talvez não saiba, mas o time da bota que lambe três mares um dia já foi um dos grandes do ludopédio. Daqueles que chegam em crise, fazem fase classificatória mambembe e beliscam (ou quase beliscam) o título. Desta vez, depois de destilar veneno na simpática Croácia, caiu diante da Suíça, famosa por evitar e quase nunca marcar gols.

Os donos da casa enfrentaram a Dinamarca, um dia máquina e hoje apenas sombra das ótimas equipes montadas entre as décadas de 1980-90, quando foi potência futebolística, assombrando em duas copas (1986 e 1998) e papando o título da Euro-1992. Ontem a ex-máquina danesa não foi páreo para a cavalaria germânica conduzida pelo general teuto-turco Ilkay Gündogan. Resultado da peleja: 2 a 0.

Quase no mesmo horário, o ABC fez jogo sofrido contra o Ypiranga e voltou para Natal com um pontinho na bagagem. O empate em 1 a 1, com os gols feitos nos descontos do segundo tempo, oferece um retrato quase fiel da partida mal jogada e difícil de ser assistida. O que esperar da série C, senão sofrimento?

Um pouco depois da peleja jogada no maltratado Rio Grande do Sul, Vasco e Botafogo fizeram jogo sofrível e sofrido no vetusto estádio de São Januário, um dia palco de grandes jogos e de memoráveis discursos do gaúcho Getúlio Vargas. Não dá para marcar se o Vasco vem melhorando depois da longa piora ou se o Botafogo piora depois de sucessivas melhoras.

Noite fechada assistindo Argentina 2 x 0 Peru, gols de Lautaro Martínez Os hermanos, que já compraram a federação peruana para surrá-la (6 a 0) e garantir presença na final do mundial que sediaram em 1978, não precisaram de muito esforço para mandar duas bolas para o filó peruano e antecipar as passagens andinas do Peru.

Hoje tem mais jogo e amanhã mais resenha.

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