A greve dos caminhoneiros
O movimento dos caminhoneiros está sendo um sucesso. Pelo menos para eles, que conseguiram diminuir o preço do diesel.
O governo, fraco pela forma como o presidente sentou na cadeira de primeiro magistrado da nação e por estar em seu último ano de mandato, com índices de rejeição estratosféricos, está nas cordas. O país enfrenta um caos sem precedentes, com estradas bloqueadas, voos cancelados, ameaça de desabastecimento de gêneros de primeira necessidade, e o brasileiro, gozador como ele só, troça do desastre que vive.
Após o quase fim do mundo, os caminhoneiros dobraram o presidente da Petrobras, Pedro Parente, então apontado como executivo independente. A sobranceria de Parente ruiu, arriando-se com a prepotência dele, a vigarice de Temer e a desfaçatez de todos os que roubaram a Petrobras por anos a fio, aí presentes PT, PMDB, PSDB, etc.
Como ninguém é de ferro, o mundo político cortou impostos de um canto e aumentou em outros, sem nem tocar em assuntos delicados, para eles, como corte de mordomias, cargos inúteis e benesses sem-fim.
Há ameaça grave pairando sobre a cabeça de governadores. O imposto que mais onera o preço da gasolina é o ICMS. Ajustá-lo para baixo significa, mantendo-se a estrutura administrativa e previdenciária que temos, condenar alguns estados, Rio Grande do Norte entre eles, à piora da situação fiscal periclitante em que nos encontramos.
Quanto à Petrobras, que, segundo Parente, perderá algo em torno de R$ 350 milhões, o buraco é d’outro tamanho. Quem pune é o mercado, desconfiado da ingerência política de que foi alvo a empresa. Resultado da mandinga: queda de 11% no preço da ação da petroleira brasileira.
Por Sérgio Trindade