Josué Montello, amigo de JK
Nascido em 1917 e falecido em 2006, o maranhense professor, jornalista e acadêmico da Academia Brasileira de Letras foi, junto com Adolpho Bloch, um dos mais fiéis amigos de Juscelino Kubitschek de Oliveira, no momento mais difícil da vida do ex-presidente, quando JK era perseguido e humilhado pelo regime instaurado em 1964, inclusive durante a Presidência de Castello Branco, militar que recebeu umas das estrelas de general justamente de JK, no final dos anos 1950.
Montello foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em novembro de 1954, sucedendo a Cláudio de Sousa, e foi recebido por Viriato Correa em junho do ano seguinte.
Confesso que tive, sem motivo algum e por toda vida, certa resistência aos escritos de Josué Montello. Depois de ler O Juscelino Kubitschek de minhas recordações, mudei inteiramente a minha percepção e já estou me preparando para adquirir outros livros de sua profícua produção literária (são mais de 150 trabalhos entre romances, livros de memórias, peças teatrais, etc). Sem motivo algum porque nunca o havia (https://www.fjmontello.org/quem-somos).
A fidelidade de Montello a JK é tocante e o livro que ele escreveu e no qual estão fragmentos de cartas do construtor de Brasília é pungente, expondo como o mineiro pobre de Diamantina que chegou ao Palácio do Catete/Palácio do Planalto sofreu pelo encerramento abrupto de sua vida pública e, também e principalmente, pelo exílio na Europa e nos Estados Unidos.
Venho lendo muita coisa sobre JK, a quem considero – sem deixar de reconhecer os erros, alguns sérios, por ele cometidos – o maior Presidente da República do Brasil e, junto com Getúlio Vargas, o ditador que comandou o país por uma década e meia, o mais marcante de toda a história do país e descubro, por meio de livros e documentos primários, muitos disponíveis na internet, esse mundo que preserva um mundo de fatos e eventos históricos, o quão JK foi traído e achincalhado por gente a quem ele chegou a considerar amigo e como ele mesmo foi seco com amigos de verdade.
Das centenas de amigos feitos (como se um homem pudesse ter cem amigos), sobraram poucos, pouquíssimos. Talvez não chegassem a encher duas mãos. Entres estes estava Josué de Sousa Montello, que nunca faltou ao amigo que foi Presidente da República, a quem defendeu nos seus artigos publicados no Jornal do Brasil, do qual foi colaborador entre 1954 e 1990, e com quem manteve longa convivência pessoal e epistolar.