Candelária e a expansão urbana de Natal
A década de 1970 é caracterizada por uma expansão da habitação.
As cidades, principalmente as capitais, viviam as tensões sociais em decorrência da migração, com a população afluindo para as grandes cidades em busca de emprego.
Em Natal, este processo de aumento da população também foi verificado.
A capital potiguar foi, então, palco de ações desenvolvidas pela Companhia de Habitação do Estado (COHAB) e o Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais (INOCOOP), fazendo surgir um novo cenário urbano.
Neste contexto nasceu Candelária sobre as brancas dunas, em uma Natal que olhava o seu caminhar em direção a Parnamirim, o conhecido Trampolim da Vitória.
Esse movimento de ocupação urbana, já tinha um marco inicial, o Conjunto Neópolis, entregue à população em 1970, empreendimento que representou a ocupação de terras “distantes”.
Candelária teve uma concepção que seguiu a mesma lógica, ocupar, “espraiar” a cidade e, deste modo, os “espaços” vazios aos poucos foram sendo ocupados por novos empreendimentos comerciais, resultado das demandas advindas dos conjuntos habitacionais.
Em 1976, quando Candelária foi inaugurada, durante o governo de Tarcísio Maia, os primeiros moradores enfrentaram diversos desafios, principalmente referentes ao acesso. A avenida Presidente Prudente de Morais, por exemplo, só foi inaugurada em 1979. Portanto, nos primeiros anos de morada nova não era fácil vencer o “areal” e a “mata”.
O bairro Candelária foi criado, oficialmente, através da Lei nº 4.330 promulgada em 5 de abril de 1993. Bairro que nasceu conjunto, empreendimento realizado pelo INOCOOP/RN e entregue em 1975
Como dito acima, não foi nada fácil nos primeiros tempos. Erguido no alto, sobre dunas, Candelária sofria com a falta de transporte coletivo e parte de seus moradores tinham de enfrentar o areal da hoje avenida Prudente de Morais, via de acesso ao conjunto.
O conjunto cresceu e virou bairro.
Por Luciano Capistrano