Entre a Playboy a National Geographic
Faz mais de uma década e meia.
Dando aula numa escola privada de Natal, fiz referência a uma entrevista que Fernando Henrique Cardoso dera à revista Playboy, em 1984, quando era senador por São Paulo.
Na referida entrevista, FHC dissera ter experimentado maconha, razão pela qual Jânio Quadros, quando candidato a prefeito de São Paulo, em 1985, contra FHC, referiu-se ao senador como maconheiro
Brincando, eu dissera que não me lembrava do inteiro teor da entrevista, mas tinha ainda as imagens palpitantes da deusa Vera Fischer, capa daquela edição.
Para quem não sabe, Vera Fischer era, ali entre os anos 1970 e 1990, possivelmente a mulher mais desejada do Brasil.
Deusa que tomava conta do pensamento de adolescentes e adultos quase 24h por dia.
Uma jovem, em tom de zombaria, perguntou-me porque nós homens nos deliciávamos tanto com revistas como Playboy.
Ora, hoje, quando a nudez não é mais castigada, os jovens talvez não saibam que a revista Playboy foi importante demais para a minha geração.
Tanto quanto os quadrinhos do Carlos Zéfiro.
Nós “líamos” a Playboy quase pela mesma razão que lemos ou folheamos a National Geographic: para ver fotografias de lugares dos quais nunca chegaríamos perto.