Estado forte é Estado que cumpre suas funções
Escrevi em texto anterior que o Estado deveria se ocupar de suas funções clássicas – educação, saúde, segurança, justiça e relações exteriores.
Não demorou e recebi afagos da turminha de sempre: “Você é um burguesinho”, “Você é um imbecil que só pensa nos ricos”, “Pobre de direita, o pior tipo”, “Estado mínimo é Estado fraco. Assim burgueses como você fazem o que querem”, “Capacho da burguesia”, “Fascista!”. E os carinhos não pararam por aí…
Antes de prosseguir: sou professor de escola pública federal há duas décadas. Se fosse de escola privada, continuaria na categoria trabalhador, logo não posso ser burguês porque não sou dono do meios de produção.
Sou leitor de John Locke e Adam Smith, respectivamente pais do liberalismo político e do liberalismo econômico, de David Ricardo (o liberal econômico que indica conflitos de classe no seio da sociedade inglesa no final do século XVIII e início do século XIX), de John Stuart Mill, de Alexis de Tocqueville, etc.
Sugiro aos que me chamam de imbecil e outros agrados que os leiam.
Quanto a ser direita, concordo. Sou destro. De pé e mão. Quanto à posição política mantenho o dito: sou liberal clássico. Daquele grupo que diz: opção sexual, religiosa, política, etc são escolhas individuais.
Se sou fascista? Respondo com uma pergunta: como posso ser fascista se defendo teses liberais clássicas, aquelas que põem os indivíduos acima da coletividade?
No entanto, se agrada aos meus milhões (perdoem-me a ironia), sou, sim, fascista.
O Estado liberal não é, basta ler esses caras acima citados, Estado fraco e tampouco mínimo. Fraco é o Estado que se propõe a ser muito e, sem força, não pratica a justiça, sendo cúmplice da barbárie, que não garante educação básica de qualidade e se arvora a dar educação pública e gratuita no ensino superior (como se existisse educação gratuita), que cria sistema de saúde pública do berço ao túmulo enquanto pessoas são atendidas nos corredores das urgências de hospitais, que faz segurança pública e ninguém pode sair às ruas ou pôr ou tirar o carro da garagem sem o risco de vê-lo carregado por bandidos (sem falar em balas perdidas, áreas sob o domínio do tráfico, etc).
No Brasil, o crime organizado é um estado paralelo e governa áreas inteiras de grandes, médias e pequenas cidades brasileiras por meio do assistencialismo, da força e da soberba.
E onde está o Estado legítimo e forte defendido por quem apregoa teses coletivistas?
Respondo: o Estado tem sido comandado por covardes e demagogos interessados apenas em si mesmos, por idealistas arrogantes, por aduladores de egos, por teóricos de abstrações teóricas e parasitas que vivem montados em cargos públicos por empunharem bandeiras partidárias.
Enquanto o Estado forte da patota cumpre a contento a função de enfraquecer a sociedade, a barbárie reina porque pouquíssimos, na vida pública brasileira, tem a coragem e a decência de fazer o que deveria ser feito para consertar o desastre.
Não precisamos de mais Estado, precisamos de mais liberdade. Quanto maior a liberdade individual, menor o Estado e maior o desenvolvimento.