O dia em que Roberto Marinho foi esbofeteado por Benjamin Vargas
A história abaixo está contada, com detalhes, no terceiro volume da biografia de Getúlio Vargas, escrita por Lira Neto.
No dia 09 de fevereiro de 1946, um prédio em construção caíra em Copacabana.
Cerca de vinte operários ficaram soterrados e os corpos que iam sendo resgatados estavam mutilados ou esmagados.
As primeiras informações sobre as causas do desastre apontavam para a qualidade precária do material utilizado nas vigas e fundações da edificação de doze andares.
A imprensa do Rio de Janeiro em peso dava a notícia em tom de consternação. O jornal O Globo, porém, ao tratar do assunto dera uma informação que, mais tarde, revelara-se infundada: o prédio em construção pertencia a Benjamin Vargas, Bejo.
Farrista e pavio curto, Bejo Vargas ficou furioso e dizia, abertamente, que se encontrasse Roberto Marinho, dono do jornal carioca, iria dar-lhe uma bofetada.
Dois dias depois, ao saber que o empresário e jornalista estava no Hotel Quitandinha, em Petrópolis, para lá dirigiu-se, seguindo diretamente para o restaurante do hotel, famoso pela qualidade de seus pratos, onde se encontrava o empresário e jornalista carioca.
Chegando ao restaurante, o irmão caçula do ex-Presidente Getúlio Vargas entrou a toda velocidade, olhou atentamente para as mesas lotadas e identificou a presa em uma delas.
Roberto Marinho jantava com um grupo de amigos, quando Bejo Vargas se aproximou por trás de sua cadeira e sapecou-lhe, com a mão espalmada, uma tapa no rosto do dono d’O Globo, gritando a seguir: Canalha, ao mesmo tempo em que sacava um revólver da cintura. http://ticianeli.blogspot.com/2015/04/a-globo-ja-apanhou-na-cara-por-mentir.html
Desarmado, Roberto Marinho não esboçou reação alguma e imediatamente chegaram funcionários do estabelecimento para apaziguar, pedindo que o caçula dos Vargas entregasse a arma e esfriasse a cabeça, prontamente obedecido por Bejo, não sem antes desfiar um rosário de injúrias contra o jornalista, que se manteve calmo.
Roberto Marinho vingou-se mandando investigar a vida pregressa de Bejo Vargas (e de alguns outros membros da família Vargas), trazendo à tona uma quantidade imensa de arruaças e tropelias por ele cometidas.