Sobejas evidências e a hora da verdade

por Sérgio Trindade foi publicado em 22.nov.24

Tarcísio de Freitas é um aliado do ex-Presidente Jair Bolsonaro, e sua manifestação acerca do que vem ocorrendo no Brasil é indicativa. Disse o governador:
“Há uma narrativa disseminada contra o presidente Jair Bolsonaro e que carece de provas. É preciso ser muito responsável sobre acusações graves como essa. O presidente respeitou o resultado da eleição e a posse aconteceu em plena normalidade e respeito à democracia. Que a investigação em andamento seja realizada de modo a trazer à tona a verdade dos fatos”.


Certas oportunidades de ficar calado nunca devem ser desperdiçadas. O governador perdeu-a. Ser fiel a Bolsonaro não significa tatuá-lo no corpo; o melhor para o momento é fazer cara de paisagem, esconder as roupas e adereços verde-e-amarelo e jurar, de pés juntos, que é um moderado de centro.
A questão é que parece não existir bolsonarismo moderado e o governador Tarcísio de Freitas é dependente de Bolsonaro, por isso vai obedecer a ele até quando puder, afinal não poderá abrir mão dos votos que o ex-Presidente tem.
A posição do governador paulista é simpática aos apoiadores do ex-Presidente e pretende, ainda assim, manter certa distância do núcleo duro bolsonarista.
O problema do governador é resolver equação com muitas variáveis, a saber, ser aliado fiel sem ser aliado incondicional de Bolsonaro conquistar o eleitorado fiel de Bolsonaro sem pregar na testa a fotografia de alguém acusado das piores coisas pela imprensa, pela Polícia Federal, pelos juizes do Supremo Tribunal Federal, etc. E, por último, manter o balaio de votos de Bolsonaro e avançar sobre o eleitorado não-bolsonarista, quando a imensa maioria deste eleitorado torce a cara para Jair Messias Bolsonaro.
É, para Tarcísio de Freitas, o momento da virtù maquiaveliana.

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