Tarados, tarados!
Excelentíssimo Guru, luz que desbrava as trevas de nossa enfadonha vida. Mais uma vez rogo que sua sapientíssima pessoa possa nos tirar do caminho da parvoíce que corrói nossa alma.
Guru, suspeito que eu esteja padecendo de um mal muito sério. Um mal anímico. Penso que esteja até cansando minha diferente beleza.
Para o senhor ter ideia do sofrimento imposto a mim, por mim mesmo, lembrei há instantes da cena icônica do filme O Sexto Sentido, de 1999, na qual o jovem Cole Sear, interpretado por Haley Joel, fala com voz trêmula e olhar aterrorizado para o Dr. Malcolm Crowe, interpretado por Bruce Willis: “Vejo gente morta”. Inadvertidamente, vi-me no lugar do rapazote… e tremi de medo!
Mas tenha calma, incontestável Guru!
Ainda não vejo gente morta. São mortos-vivos, logo não totalmente mortos, não é? Contudo, do mesmo modo que o rapazinho mencionado, penso que estou vendo coisas. Deixe-me explicar: no lugar de gente morta, vejo Tarados, vejo tarados o tempo todo…
Desculpe, Magnânimo Guru! Vou utilizar o gênero correto. Vejo TaradEs!!!
Os TaradEs que vejo, longe de serem aqueles com impudência sexual, podem ser melhor retratados como os que sofrem de impudência intelectiva. São degenerados intelectuais, digo, degeneradEs intelectuais. E estes degeneradEs só falam em “sciençia” o tempo todo, há coisa de 21 meses. Eles gritam: SALVE A “SCIENÇIA”! VIVA A “SCIENÇIA”! EU ACREDITO NA “SCIENÇIA”!
Furibundos, são tantas as arremetidas deles em direção à “sciençia”, que vislumbro ciúmes na verdadeira Ciência, dado os tantos arroubos apaixonados à sua rival, gêmea univitelina da histeria. Nem consigo mais enumerar todos os assédios “scientiphricçios” de memória. Minha desinteligência é enorme para que lembre tudo. Contudo, a amnésia sofrida por mim ainda não foi suficiente para que eu esqueça o que os mortos-vivos da “sciençia” repetem incansavelmente no momento. A única frase que não sai da boca deles hoje, repetida até com certo prazer despudorado, é PASSAPORTE VACINAL. Eles só falam nisso…TARADES, vocês só pensam naquilo!!!
Olhe! Eles não aceitam sequer uma contestação à verdade “scientiphricçia” deles. São carentes de ciência verdadeira, bem como de fé no transcendente.
É Guru, uma “sciençia” que não aceita contestação ainda pode ser chamada de ciência? Uma fé que não abre espaço para o divino, e é puramente mundana, ainda pode ser chamada de fé?
Penso que estou em um Walking Dead vacinal. Os depravadEs parecem uns zumbis. Os cérebros foram carcomidos, eles perseguem, com agulhas na mão, tal qual mortos-vivos ficcionais, aqueles que não foram inoculados ou contestam a obrigatoriedade vacinal, e o subsequente passaporte. Se eles alcançarem suas vítimas, já era: TEJE VACINADO.
Ora, eles acham que a cura para todos os males do mundo reside no famigerado Passaporte Vacinal. Se você não compartilha desta mesma ideia (ou seria crença?), necessariamente se tornará um insensível NEGACIONISTA, que não se preocupa com os outros. E pior, você bota a vida dos outros em risco. Você passa a ser uma besta-fera, que deve ser extirpada do mundo. Uma vez que, diferentemente da Covid-19, que eles adoram poder temer e usar como justificativa para tudo, você é um propalador do ódio…, que eles sentem pela verdade.
Ahhh Guru, desculpe-me! Mas o senhor não venha me falar em direitos individuais agora para os taradEs. Lembre-se que eles são DegenradEs. Não existem direitos individuais no intelecto deles. E se, por um acaso do destino, ou acidente vascular cerebral, eles chegam a mencioná-los, é sempre defendendo que os direitos podem ser contornáveis, ao sabor das circunstâncias. E jamais serão inalienáveis. Ainda que estejam promulgados em um pedaço de papel, chamado Constituição.
Os direitos individuais são concessões da coletividade e do Estado para as pessoas, segundo os depravadEs. Eles não veem problema algum em abrir mão de um ou outro direito quando as circunstâncias assim o requererem. Engraçado!!! Lembrei agora que eles não abrem mão dos salários, nem das benesses de seus empregos, nem de exigir que o Estado se intrometa mais na vida das pessoas. Vivem a evacuar (cagar) regras, em uma vida completamente vazia.
O senhor me pergunta por padrões morais dos TaradEs, Guru?
Com todo o respeito, eminência parda, comedora de Camarão: o senhor tá de sacanagem comigo?
Que moralidade pode existir em degeneradEs materialistas e imanentistas, para os quais, segundo Flávio Gordon, irrompe um medo terrificante e paralisante da morte? Os despudoradEs agem irracionalmente, apenas pensando na sobrevivência física a qualquer custo. Ainda que precisem viver como zumbis.
Os TaradEs “scientiphricçios” se acham tão sábios (e expertos) que repetem o tempo todo que, mesmo eles estando vacinados, os não inoculados seriam um perigo. Perigosos também para os que já sofreram todas as picadas ofertadas, bem como as que não foram inoculadas ainda. Ora, Guru, se o remedinho não protege os picados, para que ele serve?
Andei pensando que ao persistirmos neste caminho, mesmo se chegássemos ao patamar de 100% das pessoas picadas, sonho de consumo dos TaradEs, ainda estaríamos em situação alarmante. É claro que os DegeneradEs vão imaginar alguma atribulação iminente. Na concepção deles, a peste não pode sair da nossa vida. Se isso acontecesse, como eles iriam sinalizar virtudes, bem como que se preocupam com o bem do mundo. Talvez o vazio existencial deles ficasse muito à mostra e latente.
Nesse ritmo, ao persistir as adversidades, talvez tenhamos que pensar em algum passaporte mais radical…, quem sabe ideológico? Daí, quem fizer perguntas bobas e ilegítimas à “sciençia”, tenha que ser excluído da convivência social. Pois, no nosso novo paradigma scientiphricçio a ciência verdadeira não tem lugar de fala. Só aquilo que se coaduna ao que eles pensam pode ser expressado publicamente. Pelo bem da Democracia dos TaradEs iluminadEs.
Olha só que bonito: já que para os histéricos emotivos não temos o Deus transcendente. Teremos que ter a “sciençia” imanente, cujo único credo é a picada intransigente. Divindade única de um mundo pré e pós-vacinal.
Inobservável Guru, será que os DegeneradEs saem à rua perguntando, com aquele olhar de devassidão moral a mirar seus vizinhos, quem estará inoculado ou não? Não vai demorar para que expulsem as pessoas não picadas, não alinhadas, das ruas, praças, praias, condomínios residenciais e por aí afora. Uma boa ideia seria criar Guetos para os não picados. Que ideia original, não? Pensei até no nome: Campo de Concentração Não Vacinal!!!
Magnânimo Guru, continuo me perguntando por que eu, estando supostamente protegido (Picado), um outro ser humano, que não se imunizou, e que talvez não tenha a doença, seja perigoso pra mim? Pois, se o remedinho não me protege, se posso continuar contraindo a dita cuja, ainda que inoculado, qual o motivo para eu OBRIGAR uma outra pessoa a tomar o mesmo remédio?
Tendo a acreditar que a lógica seja a seguinte: devemos repetir o mesmo comportamento errático na esperança de que apareçam resultados diferentes.
Tudo isso é sugestivo para que uma mente vazia se sinta mais tranquilizada. Ainda que o motivo verdadeiro da intranquilidade seja justamente o vazio persistente e replicante, existente entre os dois solitários moradores que habitam entre o lobo frontal e o cerebelo dessa gente: Tico e Teco.
Uma outra coisa que me martela a cabeça, quando vejo os TaradEs, é que para a maior parte das pessoas a doença proveniente do Dragão do Oriente não é letal. Por que, então, eu devo achar que um ainda não picado é perigoso para um já furado? Como saberei que um não inoculado é portador do vírus mais que um já injetado com o remedinho? Já sei: uma questão de fé. Fé na doença, que ela cumpre o seu papel.
O povo da Zumbilândia jura de pé junto que só age pensando no bem coletivo. Vá lá que seja verdade… Por que apenas os degenradEs sabem o que é bem coletivo? Por que o bem coletivo não pode começar respeitando direitos individuais inalienáveis?
É possível afirmar que ao persistir naquilo que os TaradEs querem, ainda existirá algum nível de autonomia individual? Ou a autonomia será sempre tutelada pelos IluminadEs de plantão, uma vez que as pessoas não são cuidadosas o suficiente para buscar aquilo que é bom para elas? Ou sempre tem alguém que sabe mais qual é o bem das pessoas do que elas mesmas?
Como o senhor não me dá respostas, resplandecente Guru, vou tomar a liberdade de me dirigir de forma professoral, tendo o senhor como modelo, diretamente para os Sacripantas Vacinais, para ver até onde chega o bom senso deles, se é que dispõem de algum grau disso…
Olhem, Meus Filhos!!!!
Immanuel Kant, filósofo do século XVIII, quando dispôs sobre o Imperativo categórico, deixou claro que a moral deveria estar alicerçada também no princípio da autonomia, o qual poderíamos resumir assim: “Age sempre de acordo com a tua vontade, em liberdade e de forma desinteressada e imparcial.” Não serviria para nada falarmos para os mamilocratas degeneradEs que a vontade kantiana não é algo como um querer qualquer, tipo tenho vontade de comer feijão, tenho vontade de estabelecer um passaporte vacinal. Não, não é isso, de forma alguma. A vontade kantiana remete a algo alicerçado exclusivamente na razão. Mas não vem ao caso aqui discutir sobre a isso… Seria chato. O que importa ponderar aqui é que a ação boa deve ser livre, desinteressada e imparcial. Portanto, minhas belas almas, cheias de “boas intenções”, quem vocês pensam que são, para ferir a autonomia da vontade das outras pessoas?
Por fim, e não menos irrelevante, gostaria de falar: DEPOIS NÃO VENHAM RECLAMAR!!!
Por Luiz Roberto, professor de Filosofia.