De bônus em bônus teremos ônus
Diariamente leio jornais, assisto a noticiosos de TV e ouço os de rádio, navego pelas redes sociais e estranhei, dadas as recomendações de analistas de mercado, o que perfis de esquerda andavam escrevendo acerca da baixa inflação de janeiro, segundo eles a menor desde que o Plano Real veio à luz.
O Jornal Nacional, da Rede Globo, sentenciou: a causa seria a queda do custo da habitação. Outros meios saíram apontando o resultado da safra agrícola, das liquidações pós-final de ano, etc.
No entanto, em economia nada acontece do dia para a noite. E a causa, segundo especialistas, é outra e não devemos festejá-la, pois iremos pagar a conta mais à frente.
O governo federal utilizou o chamado Bônus de Itaipu para reduzir artificialmente o preço da energia. Lula deu uma dilmada e nos presenteou com um escorpião posto nos nossos bolsos (https://www.estadao.com.br/opiniao/o-ipca-que-engana/?utm_source=twitter:newsfeed&utm_medium=social-organic&utm_campaign=redes-sociais:022025:e&utm_content=:::&utm_term=).
Vejamos.
O Bônus de Itaipu, criado por lei em 2002, último ano da gestão de Fernando Henrique, é uma espécie de distribuição de lucro da Usina Hidrelétrica de Itaipu e foi usado para dar um desconto nas contas de luz cujo consumo mensal seja inferior a 350 KWh, quando o saldo positivo na conta de Itaipu deveria ser usado para pagamento de dívidas e investimentos na própria usina.
Desde que foi criado, esse bônus foi usado uma vez em 2023 e agora em 2025, ambas as vezes no atual governo Lula. Na última vez para reduzir artificialmente a inflação, baixando, em média, R$ 17 nas contas de energia de quase 80 milhões de brasileiros. No mês seguinte, meus três ou quatro leitores, a conta voltará a subir e tudo continuará como dantes no quartel de Abrantes.
O Bônus de Itaipu não foi usado antes assim porque, na prática, o governo estaria dando uma pedalada contábil.
No curto prazo, o governo Lula ganhou, com a manobra, uma manchete importante e aplausos. Principalmente da bolha e de quem não se informa sobre a bondade distribuída. No entanto, a segunda maior usina hidrelétrica do mundo certamente sofrerá, no longo prazo, com a demagógica ação.
E, não tenhamos dúvidas, a conta será paga por todos nós.