Craque é para decidir
Jogo após jogo Raphael Veiga, do Palmeiras, é apontado como craque pela imprensa esportiva. E Veiga posa de craque quando o Palmeiras não precisa que se destaque, em jogos sem maior importância para o alviverde paulistano, no entanto esconde-se na maioria das partidas decisivas, momento que define o craque e no qual ele deveria ser mais decisivo.
Quinta-feira última (05/10), no jogo contra o Boca Juniors, semifinal da Libertadores, e no qual o Palmeiras precisava de vitória simples para chegar à finalíssima contra o Fluminense, que na véspera eliminou o Internacional, em Porto Alegre, depois de vencer por 2 a 1 uma partida que começara perdendo, Raphael Veiga falhou durante o jogo e na disputa de tiros livres diretos batidos da marca do pênalti.
Passou praticamente toda a partida escondido e omisso e, quando o jogo foi para os penais, desperdiçou a cobrança, defendida pelo goleiro Romero, ele, sim, craque durante toda a peleja e em todas as que o Boca disputou na série mata-mata.
Não foi a primeira e nem será a última omissão de Raphael Veiga, por uma razão simples: ele é bom jogador, e só. De craque nada tem. Faltam-lhe categoria, sangue e espírito para tal.
O Brasil teve, na seleção e nos clubes, muitos craques decisivos. Não mencionarei o maior de todos. Menciono o mais decisivo nos últimos trinta anos, Romário.
O baixinho gostava de jogos difíceis, decisivos e tensos e neles brilhava a ponto de ofuscar a todos. Era craque decisivo em momentos decisivos de jogos decisivos. Não tremia e não se omitia.
O Palmeiras de Veiga teve uma infinidade de craques decisivos: Julinho Botelho, Ademir da Guia, Evair, Edmundo, Rivaldo, para citar alguns que me vêm à memória. De todos eles Raphael Veiga está a quilômetros de distância e segue sendo um jogador comum, alçado à condição de craque pela completa ausência de craques no atual futebol brasileiro.