Fluminense campeão da Libertadores
Com quinze anos de atraso, o Fluminense foi campeão, ontem, da Libertadores da América, depois de bater o Boca Juniors por 2 a 1 (soma dos gols do tempo regulamentar mais prorrogação), no Maracanã.
O título foi justíssimo, afinal o time dirigido por Fernando Diniz joga, nos dias atuais, o futebol mais vistoso da América do Sul e é bem superior ao Boca Juniors, um dos papa-títulos do torneio continental.
Antes da partida fiz uma brincadeira, postando nas redes sociais uma foto com a camisa do time argentino e dizendo torcer contra apenas dois times, América-RN e Fluminense.
Como a brincadeira foi com o Fluminense, dar-me-ei o trabalho de explicá-la.
Torço por três times, pela ordem: ABC, Vasco da Gama e São Paulo. E quem é vascaíno costuma ser anti-Flamengo.
Nada tenho contra o Flamengo, ainda que considere os seus torcedores os mais chatos do país (à frente dos do Corinthians), por só aparecerem quando estão ganhando. Na derrota são silenciosos, tomados de um mutismo constrangido. Na vitória, apaixonados e palradores. Ademais, comecei a acompanhar futebol quando Zico e Roberto Dinamite estavam no início de suas carreiras e a rivalidade entre eles mantinha-se apenas no campo profissional e eu, fã de Zico e fã e encantado por Roberto, fui influenciado pelo clima de rivalidade camarada. Mais, os dois primeiros campeonatos cariocas que acompanhei, os de 1975 e 1976, foram vencidos pelo Fluminense. Ambos em cima do Vasco. A primeira final de campeonato entre Vasco e Flamengo foi o carioca de 1977 – e deu Vasco, nos pênaltis. Roberto fechou o caixão do time da Gávea. Depois o Flamengo venceu o de 1978 e conseguiu a “façanha” de conquistar dois campeonatos cariocas em 1979, para uma vez mais o Vasco perder, em 1980, o carioca para o Fluminense, 1 a 0, gol de falta de Edinho, numa falha terrível do bom goleiro Mazaropi.
Derrotas e perdas de campeonatos em sequência num momento em que eu começava a assistir futebol me marcaram e me fizeram ser anti-Flu, sem que eu perca o sono ou me martirize pelas vitórias do tricolor das Laranjeiras, exceto se elas forem contra o ABC (que decretou, no final da década de 1990, a queda do Fluminense para a série C), Vasco da Gama ou São Paulo.
A vitória sofrida do Fluminense, ontem, garantiu o título para um time que alia maturidade e experiência à juventude, toque de bola preciso à marcação forte, mantendo a eficiência nos arremates gol.
Fechado o caixão do Boca Juniors, o time mais chato das Américas e, também, o mais legendário (impossível, para quem gosta de futebol, ir a Buenos Aires e não visitar La Bombonera, o seu mitológico estádio), página virada e olhos postos no campeonato brasileiro, onde o meu Vasco luta para não cair e o meu São Paulo, na parte de baixo da tabela, ainda corre riscos de descenso.
Para finalizar, não custa lembrar, o Fluminense é grande, é verdade, mas, audaz em viradas de mesa, ainda deve uma série B (https://ge.globo.com/futebol/times/fluminense/noticia/2013/12/pague-serie-b-frase-que-ganhou-fama-entre-os-rivais-e-persegue-o-flu.html).