O ABC de Wallyson
Semana passada o ambiente no ABC F.C. foi tumultuado porque Wallyson expôs publicamente o seu descontentamento e a comissão técnica veio também a público repudiar a postura do atacante.
Feita a lavagem de roupa suja, chegaram incendiários e bombeiros, cada um querendo resolver as coisas ao seu jeito. Ao final, parece, imperou a turma do deixa-disso, e Wallyson se fez ABC e o ABC se fez Wallyson. O Mago, como a Frasqueira carinhosamente o chama foi a campo, no segundo tempo do jogo contra o Mirassol, e resolveu a parada, com gol de falta, garantindo a vitória do Mais Querido.

Wallyson comemorando gol contra Mirassol (foto do Portal 96FM)
Gostem ou não os inimigos de Wallyson, o atacante alvinegro está entre os três maiores ídolos abecedistas, com Jorginho e Danilo Menezes.
Alguém pode insistir: e Alberi?
Alberi foi uma divindade abecedista entre o final dos anos 1960 e a primeira metade dos anos 1970, mas cometeu o pecado, imperdoável, de envergar a camisa do América, coisa que nunca fizeram Jorginho e Danilo, este último biografado pelo abecedista Rubens Lemos Filho (Rubinho). Por ora, Wallyson também está livre da maldição.
Se insistirem: e Marinho Chagas?
Marinho foi o maior jogador de futebol do Rio Grande do Norte, mas teve passagem breve – embora vencedora – pelo ABC. Foi grande mesmo com as camisas do Botafogo, do Fluminense, do São Paulo e da Seleção Brasileira.
Wallyson, não. Além de cria das bases, foi campeão pelo ABC e responsável direto por dois acessos do clube do povo.
Entre ele e qualquer comissão técnica, sou Wallyson. Porque entre qualquer comissão técnica e o ABC, Wallyson sempre demonstrou – e ontem contra o Mirassol não foi diferente – ser ABC.
Confrontado fora de campo, poderia, como muitos fariam, ter feito beicinho, simulado contusão ou qualquer outra molecagem e ter fugido da peleja, fundamental para a campanha da série C. E o que fez o Mago? Manteve-se como opção, entrou no segundo tempo e decidiu a partida (https://www.youtube.com/watch?v=aU3jRWLNSDc).
É preciso que não esqueçamos: as comissões técnicas vêm e vão, os ídolos são para sempre. E Wallyson é ídolo.
Que siga sendo ídolo. Que siga sendo decisivo. Que siga sendo Wallyson. Que a união ABC, Frasqueira e Wallyson seja infinita enquanto dure. Que dure para sempre e o para sempre nunca acabe.