O ABC e seus meninos
O colega de profissão e amigo Adaílton Figueiredo me alertou, quando festejei o bom desempenho da meninada , ainda durante o jogo, que dava mais uma vitória para o ABC, desta vez contra o Londrina, que a província não se valoriza, só transfere o valor que tem para a metrópole.
Adaílton está certo, e a crise do ABC confirma sua assertiva. Vieram muitos jogadores, alguns com salários muito acima da realidade do clube e com futebol muito abaixo de suas necessidades. Ou seja, trouxemos a metrópole pobre achando-a grandiosa quando tínhamos a província grandiosa que achávamos pobre.
O ABC praticamente dissolveu ao longo da série B deste ano.
O desastre é um somatório: diretoria incompetente, conselho deliberativo inoperante, empresários salafrários e pernas de pau inventando de jogar futebol e recebendo a peso de ouro para enganar torcedores.
O resultado só podia ser um: derrotas em série e o nome do clube na lama.
A prata da casa foi chamada para salvar a pátria.
Desde que o ABC entrou em parafuso, perdendo e demonstrando apatia em todos os jogos que disputava, comecei a defender a ideia de pôr os meninos formados em casa para jogar, desde que não se pusesse responsabilidade excessiva sobre os ombros deles.
Quando não teve mais saída o ABC seguiu a receita correta e barata.
Dos 12 últimos pontos disputados conquistou dez, uma campanha para lá de alvissareira, pena que muito tardiamente para conseguir reverter a situação e escapar do rebaixamento.
De qualquer forma, há o que celebrar e há um ensinamento: melhor investir e apostar nas categorias de base, pois dali pode nascer um time promissor e sólido.
E barato.
Por Sérgio Trindade