O ai, ai, ai da seleção brasileira
Não esperei uma vitória acachapante do Brasil, hoje.
A seleção suíça tem um sistema defensivo sólido, um contra-ataque bem articulado e um conjunto organizado.
Mas, diante da expectativa criada, era possível vencer, até com certa facilidade, não fosse a máscara de alguns jogadores, o individualismo exacerbado de um e a vaidade de quase todos.
A seleção brasileira fez 1 a 0 ali pela metade do primeiro tempo e parou de jogar, firulando, simulando faltas, num cai-cai irritante.
Qualquer entrada mais vigorosa dos jogadores suíços era tratada por alguns de nossos atletas e por parte da imprensa pacheca como desleal. Era um ai, ai, ai sem fim.
O resultado foi “a punição da bola”, como alerta sempre o ex-treinador e agora comentarista Muricy Ramalho. Num escanteio, no início do segundo tempo, o atacante da terra do chocolate empurrou o zagueiro Miranda, o goleiro-vedete Alisson ficou pregado dentro da trave, e o jogo ficou empatado.
Daí em diante, Tite fez três substituições, o Brasil partiu para cima, de forma desorganizada, tentou encurralar a Suíça, mas não conseguiu fazer o segundo gol, que lhe garantiria a vitória.
Foi uma boa lição, que, espero, tenha sido aprendida.
Na verdade, a lição é antiga – é de 1990, quando a vaidade e o vedetismo da seleção sepultou a chance do tetra, conquistado quatro anos depois.
Caso não aprendamos a lição, o 7 a 1 de 2014 seguirá dando as cartas.
E aí, o ai, ai, ai será pra valer.
Por Sérgio Trindade