Segunda de primeira

por Sérgio Trindade foi publicado em 01.jul.24

A partida entre França e Bélgica, hoje, lembrou-me passagem contada pelo amigo Beto Rodemburgo sobre a abertura de jogos escolares (não lembro se jogos internos do colégio Marista de Natal, se dos Jogos Escolares do Rio Grande do Norte ou se do Brasil Norte Marista), quando o locutor, informando sobre uma performance gritou com convicção: “A equipe que vem inspirada nos bélgicos”. Repreendido, consertou: “Desculpe, inspirada nos belgicanos”.

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Faltou transpiração aos belgas na partida de hoje contra os franceses.

A ambos, faltou inspiração.

Franceses e belgas tinham propostas bem distintas. Enquanto a gauleses mantiveram a posse de bola e investiram na movimentação de seus atacantes, os belgas tentaram conter o ímpeto dos adversários e aguardavam uma bola para encaixar um contra-ataque

Nem o craque gaulês Kylian Mbappé, turbinado pela transferência do PSG para o Real Madrid e por nariz novo, conseguiu se salvar do marasmo da partida jogada no território germânico da Mekur Arena, em Dusseldorf.

Jogo sem graça e nem os gritos do locutor da TV Cazé conseguiram me tirar da sonolência durante os noventa minutos da pugna vencida pela seleção francesa, com gol solitário marcado em chute mascado de Kolo Muani, que resvalou na perna do zagueiro “belgicano” Jan Vertonghen e enganou o arqueiro “bélgico” Casteels.

O 1 x 0 para França premiou a equipe que rondou a área adversária e buscou a vitória, enquanto a Bélgica se fechava e praticamente assistia De Bruyne e Lukaku se baterem na frente contra a bem armada muralha defensiva francesa.

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Portugueses e eslovenos fizeram, em Frankfurt, jogo morno no primeiro tempo e mais quente no segundo, com os patrícios controlando as ações e sendo mais incisivos no ataque.

Cristiano Ronaldo, Rafael Leão, João Cancelo e Bernardo Silva dominaram as tramas ofensivas portuguesas, mas foram poucas as chances reais de gol, sempre esbarrando na muralha caiada à frente da trave e por um muro vestido de amarelo e posto debaixo dos paus. O goleiro Jan Oblak foi pouco acionado, exceto em um ou outra saída do gol, mas quando necessário demonstrou porque é um dos melhores arqueiros do mundo. No setor ofensivo, os eslovenos limitaram-se a algumas estocadas em contra-ataques, sem ameaçar a meta lusa.

Tempo normal: 0 a 0 [oxo (ocho) como chamou o placar sem gols Walter Abrahão, o locutor que um dia se referiu a Pelé como “Ele”].

A prorrogação correu sem maiores emoções no primeiro tempo até que aos treze minutos Portugal teve penalidade a seu favor; ficaram frente a frente Ronaldo, o maior jogador português de todos os tempos e um dos maiores do mundo, e Oblak, a última muralha eslovena.

Prevaleceu Oblak; Ronaldo sentiu e desabou em lágrimas.

No segundo tempo a Eslovênia perdeu, depois de falha de Pepe, gol feito. E nada mais ocorreu digno de nota.

A sorte foi decidida nos tiros livres diretos da marca do pênalti. Portugal fez suas três cobranças e a Eslovênia esbarrou no guarda-metas português Diogo Costa.

Justo, Portugal foi mais ativo quando a bola rolou e mais efetivo no último ato. E Cristiano Ronaldo não merecia a má sorte de ser o responsável pela eliminação de sua equipe.

França e Portugal se enfrentarão pelas quartas-de-final, dia 5.

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