Getúlio Vargas por Érico Veríssimo
Lendo não seria bem o termo. É pouco para descrever minha experiência com a belíssima obra de Pedro Corrêa do Lago, Oswaldo Aranha, uma fotobiografia.
Vou escrever um bocado sobre a obra citada e vou ler e reler o que tiver sobre Oswaldo Aranha, estadista indiscutível e amigo para todas as horas de Getúlio Vargas, o qual, apesar de saber da lealdade do amigo, não lhe foi fiel e leal como deveria.
A pequenez do pequeno gigante Vargas me traz à lembrança passagem de O tempo e o vento, na qual o pai de Luís Fernando Veríssimo traça retrato impiedoso do presidente provisório e depois constitucional e finalmente ditador: “Tudo nele é mediano e medíocre. Jamais teve o pitoresco dum Flores da Cunha, o brilho dum Oswaldo Aranha, a eloquência dum João Neves (…). É um homem frio, reservado, cauteloso e impessoal (…)”.
Há exagero de Veríssimo e certa dose de verdade.
Flores da Cunha, Oswaldo Aranha e João Neves da Fontoura foram gigantes que não chegaram à Presidência da República porque no meio do caminho havia uma pedra. Melhor dizendo, uma rocha de nome Getúlio Dorneles Vargas.