Ficção econômica

Depois de um dia cansativo, chego em casa e leio e assisto notícias sobre o arcabouço fiscal de Lula/Haddad.

As metas de superávit são ambiciosas, pois o governo aposta ser possível a recomposição de receita e revisão de despesas (https://www.infomoney.com.br/politica/novo-arcabouco-fiscal-anuncio-fernando-haddad-simone-tebet-ao-vivo/).

Não sou mercado, mas desconfio da inviabilidade. Aguardo detalhes que, segundo o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deverão logo ser apresentadas.

O arcabouço fiscal prevê que despesa crescerá sempre menos que a receita.

O objetivo é garantir zero de déficit primário em 2024, superávit de 0,5% do PIB em 2025 e 1% do PIB em 2026. Isso mesmo: déficit zerado em 2024, superávit primário em 2025 e dívida estabilizada em 2026.

Como?

Por mágica ou de forma mais simples: aumentam as despesas em 10 pontos e tentam aumentar a arrecadação de impostos em 20 pontos. Vejam uma análise precisa dos dados (https://braziljournal.com/como-quanto-onde-as-grandes-perguntas-sobre-o-arcabouco-fiscal/).

Assim até eu, bocó nos assuntos financeiros, sou capaz de apresentar superávit, desde que tenham outros bocós, até maiores do que eu, para pagar a conta.

É muito difícil a conta fechar, exceto se o governo federal desinflar a máquina pública, cara, sedenta e ineficiente. Haddad e Lula parecem não ter muito a dizer sobre isso.

O cenário pintado pelo governo federal parece fantasioso e se é para registrar fantasia, lá vai a minha: meu Vasco da Gama será campeão brasileiro deste ano e da Libertadores em 2024, Pedro Raul receberá bola de ouro da FIFA em 2025 e Brasil, só com vitórias, será campeão mundial em 2026.