Não há apocalipse econômico
Vejo muita gente torcendo, por questões políticas e ideológicas, pelo apocalipse econômico no Brasil. Mas a realidade é que as condições econômicas do Brasil não são terríveis, apesar de não serem as mais alvissareiras.
Passamos por reformas importantes, a trabalhista e a previdenciária e, há pouco, pela tributária, além de outras menos visíveis e menos importantes mas que não devem ser subestimadas, como as do marco do câmbio, a das ferrovias), entre outras.
No entanto, há elementos graves, como a mania do judiciário de querer ser órgão legislativo, estímulos e incentivos fiscais camaradas, o crescimento do PIB por meio de dívidas feitas, na casa dos 10%, pelo governo, o desemprego maquiado por meio do gasto com bolsas e auxílios. Apesar de ter US$ 200 bilhões líquidos de reservas, mais do que razoáveis, a despesa sempre cresce porque o estoque da dívida atingiu patamar insustentável para um pais com orçamento 95% carimbado e envelhecendo de maneira acelerada e sem ter mais de onde tirar recursos para bancar a farra.
Caso o governo não queira fazer o dever de casa, a matemática o obrigará, porque caminhamos para a falência – e ela diz, de maneira definitiva, que a brincadeira de gastar e gastar cessou.
Não há razão, porém, para que seja decretado o fim do mundo. O governo poderia resolver de forma relativamente tranquila a questão. Basta cumprir a regra que ele mesmo criou.
Mais Fernando Haddad e menos Rui Costa.