A crise no São Paulo FC

por Sérgio Trindade foi publicado em 18.set.19

Eu vivi a adolescência vendo o futebol espetacular protagonizado pelo tricolor, que o levou ao tri-campeonato brasileiro.

Liderado por Muricy Ramalho na beira do gramado e por Rogério Ceni dentro de campo, o time não era só vencedor, tinha um jogo bonito e equilibrado. Era acima da média ofensiva e defensivamente.

Esse estilo de jogo me fez um torcedor apaixonado pela grandeza que os representa.

Mas depois que Muricy foi demitido por ser eliminado por mais um mata-mata da Libertadores, o que restou pro São Paulo depois de 10 anos?

Uma sulamericana e uma Orlando Cup, que foi batizada sarcasticamente pelo torcedor brasileiro de “Copa Mickey”.

Lembro-me até hoje que a diretoria do São Paulo justificou sua saída com “nós queremos Libertadores”, e isso me deixou triste como torcedor.

Mesmo sem o pilar da tríplice, o São Paulo era um time campeão.

O técnico até hoje se queixa que sua demissão foi motivada pela sua postura em manter o time do jeito que queria, não indo por influência de conselheiros e diretores.

O SPFC não teve um lateral direito como titular absoluto desde Ilsinho, tem hoje um departamento médico incapaz de manter jogadores com frequência de jogo devido as lesões, uma diretoria que pouco valoriza sua base.

E para piorar, tem uma torcida organizada que queima, na crise, jogadores que se destacam dentro de campo. O que me faz crer que a politicagem dentro do clube pode ter influência nisso também.

Se eu passar a detalhar todos os problemas que o time faz questão de passar, como a contratação de Everton Felipe com custos, que nem titular do Sport era, passaria uma eternidade aqui escrevendo.

Só essa contratação já vale um texto exclusivo de tão problemática que foi.

Mas a mensagem que quero passar ao leitor é que o clube precisa de uma renovação dentro de seu regime político e administrativo.

O tempo mostrou indícios de todos os níveis de intensidade. Aí nasce o problema e infecta os outros setores.

Sem ajustes administrativos, o clube campeão poderá perder até o título de clube de elite, baseado no ditado de que “time grande não cai”.

 

 

Por Heverton Silva

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