A eficaz blitz alemã contra os suecos
Quando comecei a assistir futebol, o mundo tinha duas Alemanhas, fratura nascida ao final da segunda guerra mundial.
A parte oriental, de economia planificada, era pobre e vigiava o seus cidadãos, para impedir que fugissem para a parte ocidental, rica e livre. A sanha era tanta que os líderes ergueram, no início da década de 1960, um muro numa Berlim igualmente dividida. Quem tentasse fugir da Berlim Oriental era abatido a tiros.
No futebol, como na economia e na política, a porção Ocidental era uma potência; a Oriental, uma anã.
O muro foi derrubado em 1989 e, desde então, só há uma Alemanha.
Campeã em 1954 e 1974, como Alemanha Ocidental, e em 1990 e 2014, como Alemanha, as brigadas teutônicas pareciam adormecidas neste mundial na Rússia, pedra o sapato dos alemães desde sempre.
A Alemanha teve desempenho da parte Oriental no primeiro tempo do jogo contra o México, no qual perdeu por 1 a 0; no de hoje, contra a Suécia, a parte Ocidental deu as caras. Durante quase toda a peleja, o time alemão pressionou a Suécia, numa blitz comandada por Kroos e que mataria de inveja o marechal-de-campo Rommel, um dos mais brilhantes comandantes militares do Exército alemão na segunda guerra mundial.
Ao final, a gigante unificada virou o jogo contra os nórdicos, venceu por 2 a 1 e ruma em direção à classificação.
Se tudo correr como tem sido até agora, a seleção brasileira enfrenta, nas oitavas-de-fnal, a cavalaria alemã ou a infantaria asteca.
Jogando o que está jogando até aqui, o time de Tite volta bem mais cedo.
Por Sérgio Trindade