Ligeiramente grávido

por Sérgio Trindade foi publicado em 24.out.19

A soberba e a arrogância impediram Renato Gaúcho de entender que o Flamengo vem jogando muita bola desde que trouxe um treinador português para dirigi-lo (https://oglobo.globo.com/esportes/renato-gaucho-questiona-jorge-jesus-nunca-conquistou-nada-esta-com-65-anos-23965987).

Por isso, Jesus tratou de castigá-lo inapelavelmente, desferindo uma série de socos que prostraram o bom time do Rio Grande do Sul, batido inapelavelmente por 5 a 0.

Ainda assim, Renato Gaúcho permaneceu atolado na soberba e na arrogância, desta vez temperada por vaidade e orgulho feridos, dizendo, logo após a partida, que o Grêmio falhou nos cinco (!!!) lances que originaram os gols do Flamengo. E completou, jocosamente, que até uma mulher grávida faria gol no Grêmio.

Renato já carrega leve barriga. Suspeitei de cerveja, churrascos… e começo a constatar que o treinador, gaúcho até no apelido que carrega, está em estado interessante.

O nome do pimpolho: Medo.

Isso mesmo, medo é o que Renato e de 8 a 9 em 10 treinadores brasileiros têm.

Medo de perder um mercado de trabalho que, reservado por décadas, está ameaçado pelo ótimo trabalho feito por dois treinadores estrangeiros, Jesus (Flamengo) e Sampaoli (Santos), como é possível vislumbrar na fala do ex-jogador e atual apresentador de programa esportivo Neto (https://www.lance.com.br/fora-de-campo/neto-diz-que-jorge-jesus-supervalorizado-renato-gaucho-muito-mais-treinador.html).

O primeiro, todos testemunhamos a cada jogo do Flamengo, transformou um elenco excelente, que enquanto estava na mão de Abel Braga, era um time inconstante e não confiável, numa máquina; o segundo, com um elenco limitado numérica e tecnicamente, faz campanha admirável no campeonato brasileiro.

Há quem diga que Jorge Jesus só passeia com o Flamengo porque o time do Rio de Janeiro tem elenco milionário. Ora, por que Abel não fez o mesmo? Por que Tite, festejado e incensado por grande parte de nossa mídia, não consegue passear com a Seleção Brasileira, que tem à disposição dele todo o elenco do Flamengo e ainda os melhores de todos os clubes brasileiros e do exterior?

O medo dos treinadores brasileiros pode ser curado com estudo, que deve vir acompanhado de uma mudança de postura considerável, a saber, mudar o estilo e a disposição tática dos times que treinam.

O torcedor brasileiro, por anos acostumado a assistir a uma idade das trevas futebolista e à mediocridade dos nossos times, acordaram do pesadelo em que se encontravam e começaram a perceber que é possível termos bom futebol aqui nos trópicos e não apenas no Velho Continente.

Resultado, ou mudam a forma de ver e dirigir ou verão o mercado brasileiro ser invadido por treinadores estrangeiros mais modernos e mais capazes. Torcer pelo Flamengo é torcer, hoje, pela redenção do nobre esporte bretão nestes tristes trópicos.

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