Os mimos de nossa imprensa ao mimado Neymar
Parece que foi a primeira vez, mas não foi.
Em setembro de 2010, Neymar protagonizou cena parecida com a de ontem, quando fez beicinho por não ter podido bater pênalti contra o Lyon, pelo campeonato francês
Pois é, há sete anos, o mimado atacante do Santos, em partida disputada na Vila Belmiro, quando o Peixe vencia por 3 a 2, deu o seu showzinho de mau gosto porque o treinador Dorival Junior ordenou que o inexpressivo Marcel cobrasse – e convertesse – o quarto e último gol do time da casa no jogo contra o Atlético Goianiense.
Pouco mais de sete anos depois do ocorrido, o monstro repete a si mesmo, num jogo morno e insípido pelo insípido campeonato galês.
Desta vez o alvo não foi o treinador, mas o companheiro de ataque, o uruguaio Cavani, que, ao contrário de Marcel sete anos antes, desperdiçou a penalidade.
Minutos antes, o monstro já dera o ar da graça, quando o PSG tinha uma cobrança de falta perto da grande área, Cavani quis bater e Daniel Alves, hoje escudeiro de Neymar, pôs a bola debaixo do braço e só a entregou ao Lancelot tupiniquim. Coisa de pelada em que o dono da bola ameaça levá-la pra casa se não for atendido em seus caprichos.
Renê Simões estava certo em 2010. O monstro foi criado e consolidado como craque e está à solta, revelando que envelheceu adolescendo, reafirmando uma postura profissional condenável e demonstrando que o tempo nem sempre significa sinal de maturidade.
Muitos contribuíram para isso, como os maiores grupos de comunicação do país que arriam-se frente às suas infantilidades e tentam a todo custo transformá-lo num personagem carismático (logo ele que é tão insípido quando um picolé de chuchu), passando a mão na sua cabeça a cada erro cometido.
Sete anos depois do ocorrido na Vila Belmiro, Neymar demonstra que responsabilidade e respeito não fazem parte de seu repertório.
Por Sérgio Trindade