A política potiguar e o anedotário político (8)
Duas histórias das campanhas aluizistas, extraídas de Só rindo – A política do bom humor do palanque aos bastidores, de Carlos Santos.
1 – Campanha para o Governo do Rio Grande do Norte, em 1965, segunda Cruzada da Esperança. Mossoró, segundo colégio eleitoral do estado, está em ebulição política. O poeta popular de extrema alma crítica, Luiz Campos, é questionado sobre sua recusa em apoiar Monsenhor Walfredo Gurgel, candidato do governador Aluízio Alves, e faz uma poesia explicando sua opção:
“(…) Vou dizer por que não voto
Nesse Monsenhor Walfredo;
É que o partido de Aluízio
Tem uma mão mostrando o dedo.
E pobre só leva dedada.
Quando vê isso tem medo.”
2 – O comerciante aluizista Francisquinho Nunes não se continha em expressar sua preferência política em seu estabelecimento, o Café e Bar Mossoró, e sempre que podia erguia o polegar em sinal de positivo, símbolo da campanha. Para provocá-lo, partidários do deputado federal Vingt Rosado, chefe político do clã que mandava na capital do oeste, ou mesmo outros clientes apenas em busca de diversão, pediam “dois cachorros-quentes” e sinalizavam com os dedos em “V” numa referência a Vingt Rosado. Francisquinho, porém, não se deixava intimidar, respondendo prontamente com o gesto de seu polegar erguido duas vezes, reafirmando seu apoio a Aluízio Alves.