Papa-jerimum

por Sérgio Trindade foi publicado em 07.ago.17

O primeiro campeonato brasileiro de futebol que assisti completo foi o de 1975, quando vi nascer o esquadrão do Internacional (RS), comandado pelo mais completo médio-volante de todos os tempos, Paulo Roberto Falcão, e que se tornaria tricampeão brasileiro em cinco anos.

À época, o centroavante Dario, aquele mesmo que indiretamente foi o pivô da substituição de João Saldanha por Zagallo no comando da seleção tricampeã (1970), apimentava os jogos do colorado gaúcho batizando os gols que prometia fazer.

Cresci, ali pelos anos 1970, ouvindo que no jogo entre América 1 X 1 Internacional, jogado no finado Castelão, num domingo, 21 de setembro de 1975, Dario prometera fazer o gol papa-jerimum, nome pelo qual nós, potiguares, somos apelidados.

Dario nem entrou em campo, Falcão não jogou, o único tento do Inter foi marcado pelo esforçado Borjão (Humberto Ramos fez o gol americano), e a promessa do folclórico artilheiro, capaz de jogadas bisonhas e geniais, não foi cumprida.

Mas por que os nascidos no Rio Grande do Norte são apelidados de papa-jerimum?

A explicação mais plausível para o fato está no Dicionário do Folclore Brasileiro, Câmara Cascudo. Ali ele afirma que o nome decorre de da ação do governador do Rio Grande do Norte, Lopo Joaquim de Almeida Henriques, que mandou fazer roçados de mandioca e melancia para pagar os funcionários públicos. Não há, segundo Cascudo, documento algum que registre o fato, tampouco referência algumas aos tais jerimuns.

 

Por Sérgio Trindade

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