Civilização é ajuda comunitária

por Sérgio Trindade foi publicado em 26.set.20

Nascida na Pensilvânia em 1901, a antropóloga Margaret Mead foi um dos grandes nomes da escola culturalista norte-americana.

Começou estudando psicologia e, logo depois, enveredou, em 1923, pela antropologia na Universidade de Columbia, quando o departamento era dirigido por Franz Boas e Ruth Benedict, profundamente engajados na construção dos pressupostos teóricos e metodológicos da área nos EUA, nos embates sociais e políticos da primeira metade do século XX e no combate ao racismo científico.

A antropóloga que fez, entre outros, estudos sobre o desenvolvimento de teorias sobre relações entre cultura e personalidade, socialização de crianças, sexualidade e conexões entre cultura coletiva e personalidade individual, foi questionada, certa vez, sobre o sinal inicial do surgimento de uma civilização.

Todos esperaram que Mead discorresse sobre pedras afiadas, panelas de barro, anzóis, vestimentas feitas de pele de animais, etc.

No entanto, a estudiosa afirmou, para surpresa de todos, que o primeiro sinal de civilização numa cultura antiga seria a evidência de alguém com o fêmur quebrado e cicatrizado, pois, segundo ela, no reino animal qualquer um que quebrar a pata, morre.

Isso ocorre porque ninguém de um bando quer correr risco para garantir a sobrevivência de um companheiro doente.

Sem cuidados, dificilmente um animal sobrevive a uma pata quebrada por tempo suficiente para o osso sarar.

Um fêmur quebrado e cicatrizado entre os humanos é evidência de que alguém empregou tempo para ficar com aquele que se machucou, tratou da ferida e cuidou dele até que se recuperasse.

Em resumo: garantiu segurança ao enfermo. “Ajudar alguém durante a dificuldade é um carco definidor do início da civilização”, sentenciou Margaret Mead.

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