Civilização é ajuda comunitária
Nascida na Pensilvânia em 1901, a antropóloga Margaret Mead foi um dos grandes nomes da escola culturalista norte-americana.
Começou estudando psicologia e, logo depois, enveredou, em 1923, pela antropologia na Universidade de Columbia, quando o departamento era dirigido por Franz Boas e Ruth Benedict, profundamente engajados na construção dos pressupostos teóricos e metodológicos da área nos EUA, nos embates sociais e políticos da primeira metade do século XX e no combate ao racismo científico.
A antropóloga que fez, entre outros, estudos sobre o desenvolvimento de teorias sobre relações entre cultura e personalidade, socialização de crianças, sexualidade e conexões entre cultura coletiva e personalidade individual, foi questionada, certa vez, sobre o sinal inicial do surgimento de uma civilização.
Todos esperaram que Mead discorresse sobre pedras afiadas, panelas de barro, anzóis, vestimentas feitas de pele de animais, etc.
No entanto, a estudiosa afirmou, para surpresa de todos, que o primeiro sinal de civilização numa cultura antiga seria a evidência de alguém com o fêmur quebrado e cicatrizado, pois, segundo ela, no reino animal qualquer um que quebrar a pata, morre.
Isso ocorre porque ninguém de um bando quer correr risco para garantir a sobrevivência de um companheiro doente.
Sem cuidados, dificilmente um animal sobrevive a uma pata quebrada por tempo suficiente para o osso sarar.
Um fêmur quebrado e cicatrizado entre os humanos é evidência de que alguém empregou tempo para ficar com aquele que se machucou, tratou da ferida e cuidou dele até que se recuperasse.
Em resumo: garantiu segurança ao enfermo. “Ajudar alguém durante a dificuldade é um carco definidor do início da civilização”, sentenciou Margaret Mead.