Ribamar, o diplomata

por Sérgio Trindade foi publicado em 10.jul.22

Falecido ontem (09/07), o professor José de Ribamar Oliveira foi uma das pessoas mais educadas, cordatas e gentis com quem tive o prazer de conviver e trabalhar.

Professor Ribamar, o último à direita, com camisa quadriculada (foto retirada da internet)

Todos que tivemos o prazer de desfrutar de sua proximidade – uns mais que outros – deveríamos carregar uma fração, por menor que seja, do que ele foi. Infelizmente, é difícil ser como Ribamar foi.

Não posso dizer que fui seu amigo, mas tive convivência profissional relativamente próxima dele por um período de aproximadamente três anos, quando eu estive à frente da direção acadêmica do campus Santa Cruz e ele dirigia a pró-reitoria de ensino do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), e testemunhei, mesmo nos momentos de debates e discussões acalorados, a sua fleuma, a distância que mantinha dos contendores para poder manter intacta sua autoridade e, assim, resolver diplomaticamente o assunto.

Quando enfrentávamos algum problema, ele aparecia, de maneira plácida, com uma palavra ou um gesto afetuoso, sopesando os fatos e orientando-nos. Era sempre um cavalheiro em suas manifestações, um diplomata na essência da palavra. E assim o era sem precisar se esforçar, porque era da índole dele, do seu caráter.

Não era forçada ou fingida sua diplomacia e por isso desarmava qualquer um que quisesse confronto mais forte ou ríspido.

Ribamar exerceu o ofício de professor e, algumas vezes, de gestor de forma compenetrada e competente e nunca, repito, nunca usou ou pretendeu usar os cargos que ocupou como trampolim para outros, dentro ou fora da instituição.

No tempo em que foi pró-reitor de ensino portou-se como pró-reitor de ensino e geriu a pró-reitoria de forma técnica, sem açodamento e sem demagogia, saindo respeitado por todos que com ele trabalharam, direta ou indiretamente.

Os bons também partem e quando vão deixam em nós, que deles gostamos, um terrível vazio e ausência de palavras.

Ribamar foi um bom e sua partida repentina, depois de lutar alguns dias pela vida, deixa-nos desguarnecidos e confusos, embora conscientes de que ele foi holofote de luz forte e, ouso dizer, perene. Afinal os ensinamentos dele serão guardados por todos que compartilhamos momentos produtivos e fecundos com ele.

 

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