Vargas Llosa eterno

por Sérgio Trindade foi publicado em 14.abr.25

Como de hábito, acordei cedinho e fui ler e ouvir as notícias e soube, com tristeza, da morte de Mário Vargas Llosa.


Vargas Llosa, grande escritor, colocou a ética acima da ideologia que outrora admirava e condenou os regimes de esquerda autoritários, como Cuba, raridade entre os intelectuais latino-americanos.
Li apenas três livros dele (e uma infinidade de artigos jornalísticos): “A Guerra do Fim do Mundo”, “A Festa do Bode” e “Garcia Marquez: história de um deicídio”.
“A Guerra do Fim do Mundo” me deixou marcas profundas. É uma ode a “Os Sertões”, de Euclides Da Cunha, e marco dentre seus ótimos livros. Foi por meio dele que li, pela primeira vez, sobre a Canudos de Antônio Conselheiro. Foi por meio dele que eu, criado no sertão, conheci ainda mais o sertão. Foi por meio dele que fui ler mesmo “Os sertões”, ali pelos 20 anos, depois de experiência frustrada na adolescência.
Liberal, Vargas Llosa detestava qualquer manifestação de autoritarismo e, coerente, escreveu recentemente: “É um país muito importante para o resto do mundo para ter na Casa Branca um palhaço, um demagogo e um racista como o senhor Trump”.
Llosa construiu personagens fantásticos, como ele próprio, viveu uma vida de guerras e amores, teve algumas derrotas, como aquela do Peru, e semeou ideias que permanecem.
E ele próprio permanecerá.

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