Besta ou bestial?
O brasileiro Otto Glória foi o técnico que na Inglaterra, em 1966, levou a Seleção Portuguesa ao terceiro lugar. No Brasil, treinou Vasco da Gama e Portuguesa. Por este último dividiu, em 1973, o título paulista com o Santos.
Otto disse, certa vez, que técnico de futebol no Brasil é besta ou bestial.
Eleição em Natal e de todos os institutos de pesquisa, o único que apresenta Natália Bonavides a frente é o Seta. Os demais dão a vitória de Paulinho Freire, que no primeiro turno teve 44,1% dos votos, ante os 28,4% da candidata petista.
Na última sexta-feira (18), o Paraná Pesquisas registrou os seguintes números: Paulinho Freire – 50,9%, Natália Bonavides – 38,9%, brancos ou nulos – 6,2% e indecisos – 3,9%. Dias antes, segunda-feira (14), o Quaest mostrou Paulinho com 38%, enquanto Natália Bonavides teve 31%, indecisos 25% e brancos e nulos 6%. Hoje (terça-feira, 22), o AtlasIntel pôs Paulinho com 54,4% contra 44,3% de Natália, brancos e nulos somam 0,7% e indecisos 0,5%. A Consult apontou, semana passada, que 52,0% votam em Paulinho Freire, enquanto a candidata Natália Bonavides tem a preferência de 35,0% dos eleitores, os indecisos são 4,50% e brancos e nulos somados dão 8,50% do eleitorado.
Semana passada o Seta apresentou dados que mostravam empate técnico entre Paulinho e Natália e nesta semana os dados já apontavam para a virada de Natália. Seguem os números: Natália Bonavides – 41,5%, Paulinho Freire – 39,6%, não sabe/não respondeu – 11,5% e branco/nulo – 7,4%.
O único instituto que dá vitória para Natália é o Seta (o Ranking também mostra a candidata do PT a frente do candidato do União Brasil: Natália Bonavides – 44,80%, Paulinho Freire – 41,20%, indecisos – 9,80% e branco/nulo – 4,20%). Os demais cravam Paulinho, com diferenças que vão de 7 a 17 pontos. O Seta pode estar certo ou errado. Os outros podem estar certos ou errados. As únicas certezas, por ora: os institutos estão na berlinda e tem gente errado por muito. Talvez tenham de fazer ajustes na reta final.
Um amigo estatístico, professor de Matemática e Estatística, confidenciou-me que os erros podem ter várias origens. Ele aponta uma: “O erro crucial dos institutos é não considerar as proporções por zonas eleitorais na amostra. Por exemplo, se a Zona 01 representa 18,32% da população votante, então a amostra deve ter essa mesma proporção, ou seja, em uma amostra de tamanho 1000 por volta de 183 pessoas devem ser selecionadas. Esses 183 devem ser selecionados via amostragem PPT (proporcional ao tamanho) dentro dos setores censitários desta região. Isso considerando a população do Censo 2010 (não temos para o Censo 2022). Claro que existe a questão da mudança do voto. Essa variável não conseguimos controlar, até porque é uma variável volátil, pois é passível de mudança, o entrevistado pode mentir e por aí vai.”
Para mudar de faixa no trânsito é necessário dar a seta, mas não adianta nada se ela estiver queimada.
Em serra com muita neblina, melhor parar o carro em lugar seguro e aguardar. Até domingo, dia 27, será assim. Com pisca alerta ligado.