O “polícia” como outsider
De tempos em tempos aparecem políticos profissionais se apresentando como forasteiros no mundo político ou forasteiros do mundo político querendo se inscrever nele.
Um dia Jânio Quadros e Fernando Collor, em nível nacional, e Carlos Alberto, aqui no Rio Grande do Norte, oriundos do meio político, disseram-se limpos das mazelas da política; Enéas Carneiro, em nível nacional, e Miguel Mossoró, no Rio Grande do Norte, já foram exemplos de lideranças nascidas fora da política e que se apresentaram, por não terem vivido da política, como sadios, não manchados pelos vícios de quem de acordos e conchavos.
Na atual eleição presidencial, Jair Bolsonaro, político profissional há mais de duas décadas, apresenta-se como outsider; neste elefante perdido na esquina do Brasil, o capitão Styvenson Valentim, candidato a senador, tem se vendido como alguém limpo por ser descolado da política profissional.
O capitão Styvenson, cevado na onda da antipolítica, aproveita-se da ojeriza que a esmagadora maioria da população brasileira nutre pelos políticos. https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/eleicoes/2018/noticia/2018/08/17/pesquisa-ibope-no-rn-para-o-senado-capitao-styvenson-rede-23-garibaldi-filho-mdb-21-geraldo-melo-psdb-14-zenaide-maia-phs12.ghtml
Leio e ouço as críticas que ele faz ao grupo ao qual pretende se agregar. No entanto, nunca li ou ouvi nada do jovem capitão acerca das ideias que defende.
Como o capitão pretende ajudar o Rio Grande do Norte a sair da crise fiscal na qual está enfiado? É favorável ou contrário à reforma da previdência? O que pensa sobre o aborto, descriminalização das drogas? Qual a sua posição sobre o aborto? É favorável ou contrário ao estatuto do desarmamento?
Caberia aos pretensos eleitores do corajoso militar inquiri-lo sobre tais temas.
A democracia agradece.
Por Sérgio Trindade