A tchurma é assim

por Sérgio Trindade foi publicado em 21.nov.23

Parte da esquerda está envolvida na onda de ataques desferida contra a jornalista Andreza Matais, responsável por expor malfeito da administração pública federal.

Andreza Matais
Reprodução/Estadão

Entre os digníssimos canceladores estão, segundo corre na imprensa, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o ministro da justiça, Flávio Dino, e o influenciador digital (seja lá o que isso signifique) Felipe Neto (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/11/gleisi-dino-e-felipe-neto-engrossam-onda-de-ataques-contra-jornalista.shtml), que em sua conta na rede X, antigo Twitter, esbravejou: “Quem financia a DAMA DAS FAKE NEWS? Andreza Matais, editora executiva do Estadão, foi pega e exposta ao Brasil todo por suposta manipulação da informação para jogar as pessoas contra o governo Lula com a MENTIRA da ‘ama do tráfico’. Quem financia esta mulher?”.

Confrontado com o abuso que cometeu e ciente de que sua fantasia de reserva moral da esquerda nas redes sociais estava, uma vez mais rasgada, pediu desculpas, na mesma rede, conforme segue: “Quero aqui pedir desculpas à jornalista Andreza Matais. Por mais q discorde inteiramente de suas convicções e condene veementemente sua forma de conduzir um jornalismo anti-esquerda, não é certo expor sua foto ou incentivar qualquer tipo de perseguição a ela. Peço a todos q me seguem q entendam q isso é um erro e não passem pano pra mim. Se é para criticar, que o foco seja o veículo, não o jornalista, mesmo que a gente acredite ter todos os motivos para isso. A pluralidade jornalística é fundamental pra democracia, desde q essa não seja extremista e/ou apoiadora de atos anti-democráticos, anti-científicos ou promovendo ideias de genocídio. Andreza, abro o espaço do meu twitter para um direito de resposta. Caso sinta necessário, basta me contactar pelo email q está na bio. Não somos imunes a erros, a diferença está na capacidade de admití-los e repará-los. Eu vou sempre ser honesto com vocês. Não há qualquer processo aberto contra mim, nem qlq indício de que isso ocorrerá. Minha motivação aqui é única e exclusivamente corrigir meu erro. Peço desculpas à classe jornalística como um todo, vou me esforçar para melhorar. Ao Estadão, não deixo qualquer pedido de desculpas e reitero a pergunta: quem financia esse jornaleco da direita?”.

A presidente do PT, que coordena o seu próprio gabinete do ódio, instigou a militância contra a jornalista do Estado de São Paulo (https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2023/11/20/presidente-do-pt-instiga-militancia-contra-jornalista-do-estadao.htm).

É método o “esquecimento” de que as denúncias sobre o orçamento secreto, as joias milionárias do ex-presidente Jair Bolsonaro e os pastores que saqueavam o Ministério da Educação foram feitas Estadão.

É bom deixar claro uma coisa: muita gente se uniu para retaliar a jornalista (e qualquer um que ousasse defendê-la) que revelou a presença de figura ligada a uma facção criminosa na Esplanada dos Ministérios, por um motivo muito simples: a tchurma não entende que jornalistas são pagos para apurar e publicar informações e para melindrar o poder (já dizia Millôr Fernandes, “Jornalismo é oposição, o resto é armazém de secos e molhados”).

Enquanto Andreza Matais é bombardeada por gente que só anda em bando, porque assim se sente segura para golpear quem dela discorda, entidades que representam jornalistas (Associação Brasileira de Imprensa – ABI, Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo – ABRAJI, Federação Nacional de Jornalistas – FENAJ, entre outras) seguem em silêncio tumular.

Senhores, a tchurma é uma chusma. Massa. Bando. Não tenham dúvidas. Querem fazer de tudo, usar todas as armas disponíveis e se revoltam quando são desmascarados e expostos. Aceito o desafio e estou sempre à disposição para os embates que desejarem, usando apenas as armas que eles quiserem. E só dois movimentos podem me tirar da peleja, um natural e outro social.

A decisão de agredir jornalistas que expõem as vísceras do poder é apenas mais uma evidência de que o compromisso para valer das duas principais forças política do país, neste momento Lula, o PT e seus satélites, é ficar contra a liberdade.  Inclusive e principalmente a de informar.

A zanga de Lula, do PT e de seus satélites contra o pessoal de Bolsonaro é que este usa as armas que aqueles usam. É o primeiro grupo a sistematicamente fazer isso, causando incômodo.

Alguém brandirá o argumento da falsa simetria. Eu sigo qual cavalo em dia de 7 de setembro.

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