ABC em noite de Estácio de Sá

Em noite eficiente, o ABC jogou ontem (16), pela Copa do Brasil, em São Januário, de igual para igual com o Vasco da Gama e, se em futebol houvesse justiça (ainda bem que não há e isso é um dos motivos de o esporte ser tão apaixonante), o clube do Rio Grande do Norte deveria ser o vencedor no tempo normal.

O ABC anulou, durante toda a partida, o Vasco e seguiu adiante, após empate de 0 a 0 no tempo normal e vitória por 6 a 5 nas cobranças de tiros livres da marca do pênalti.

Uma missão que, em tese, seria muito difícil para o ABC transformou-se em grande dificuldade para o Vasco, preso no eficiente esquema tático cauteloso mas não retranqueiro de Fernando Marchiori, treinador do Mais Querido.

Sem ameaçar, em quase momento, a meta abecedista, o Vasco viu, já nos descontos da segunda etapa, Rafael Reis desperdiçar, praticamente sozinho, diante de Leo Jardim, bom goleiro vascaíno, a chance da vitória no tempo normal – adiada por mais alguns minutos e definida nos penais.

Foi a vitória da humildade, da garra e da organização, atributos necessários àqueles que pretendem ter sucesso.

O Cristo Redentor abecedista (montagem feita a partir de imagem da internet)

Como se estivesse com a indumentária de Estácio de Sá, sobrinho do governador-geral do Brasil, Mem de Sá, e responsável pela expulsão dos franceses da região pela fundação do Rio de Janeiro, o ABC vestiu o Cristo Redentor de preto-e-branco, embolsou R$ 2,1 milhões e voltou à província para jogar domingo contra o América (a definição sobre a manutenção do jogo sairá hoje), partida válida pelo campeonato que já conquistou 57 vezes.