Como uma alma penada

por Sérgio Trindade foi publicado em 03.fev.18

Condenado por unanimidade pela TRF-4, o ex-presidente Lula permanecerá assombrando o cenário político brasileiro enquanto não forem esgotadas todas as possibilidade de recursos ao próprio TRF-4 e enquanto não forem sepultadas, pelos tribunais superiores, suas chances de se candidatar em 2018 à Presidência da República.

Ele e o PT prometem incendiar o país, pondo o povo nas ruas.

A arenga petista vai continuar. Possivelmente, sem apoio da opinião pública, logo sem povo. Mas, ainda assim, com razoável poder de mobilização de determinados setores da sociedade e, portanto, de causar certo incômodo.

Não são poucos os analistas políticos sérios que veem Lula, apesar do desgaste sofrido, com chances reais de chegar ao Palácio do Planalto. A queda de sua taxa de rejeição, segundo o Datafolha, de 43% para 39%, de abril a dezembro últimos é indicativo do cenário que se avizinha.

Tal como a antiga União Democrática Nacional (UDN), o Partido dos Trabalhadores (PT) foi construído, em grande medida, empunhando a bandeira da ética na política. É fato, porém, que o PT, envolvido em escândalos de corrupção vastamente comprovados, perdeu-a.

Entretanto, chamar a corrupção para o centro do debate político na campanha de 2018 não parece ser, no momento, uma escolha muito apropriada, pelo menos não para os candidatos que se apresentaram até o momento. Nem mesmo o candidato-presumidamente-outsider, Jair Bolsonaro, está livre de alguma sujeira.

Aos olhos da sociedade todos os partidos e candidatos são corruptos. Se assim é, um paradoxo apresenta-se no horizonte político: a corrupção não conta mais como variável primordial no debate. E, aí, Lula, hoje condenado em segunda instância, passa a ser visto pelos eleitores como igual a todos neste terreno, mas com itens que aos outros faltam: experiência política e administrativa e bons serviços prestados ao povo.

Muita água ainda vai correr por baixo da ponte.

 

 

Por Sérgio Trindade

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