A polêmica do tipo de escola

por Sérgio Trindade foi publicado em 16.jul.23

Umas das polêmicas da vez, no Brasil, é o fim do financiamento do governo federal para as escolas cívico-militares e, no geral, nada tem a ver com a qualidade da educação, mas com a vinculação ideológica de quem é contra e quem é a favor do referido modelo.

Alguns estados vão continuar com o modelo de escolas cívico-militares, implantado no governo de Jair Bolsonaro. Outros seguirão o apregoado pelo governo Lula (https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/estados-dizem-que-pretendem-manter-escolas-civico-militares/https://exame.com/brasil/fim-das-escolas-civico-militares-estados-vao-manter-modelo-apesar-de-decisao-de-mec/https://g1.globo.com/educacao/noticia/2023/07/13/escolas-civico-militares-decisao-do-governo-e-pouco-efetiva-e-nao-acaba-com-militarizacao-dizem-especialistas.ghtml).

Não sei se modelo das escolas cívico-militares é positivo, se garante disciplina mínima para que os professores possam atuar, se racionaliza os gastos, se ajuda a reduzir o analfabetismo, etc. Nunca li estudo algum sobre o assunto, mas identifico nítida politização quando o assunto é educação.

Infelizmente, muitos políticos e professores não parecem estar interessados em debater as melhores alternativas e implementar modelos educacionais que de fato eduquem as nossas crianças e os nossos adolescentes. Eles, os muitos políticos e professores, são useiros e vezeiros em manifestar apoio à educação pública quando estão em palanques, em programas de rádio e televisão e no meio sindical, quando os assuntos são voto e salário e não melhorias dos índices educacionais.

O debate atual é um falso debate. As tchurmas só querem seguir o que suas linhas de transmissão ideológicas mandam fazer e, a julgar pelo nível aferido pelos testes internacionais a que se submetem os nossos estudantes, não tem funcionado.

No final da semana que se encerrou, um ex-deputado federal, que fez fama num programa de má fama e que se tornou, sem querer, cabo eleitoral de campa há presidencial de colega parlamentar adversário disse em suas redes sociais que um governador gay, referindo a Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, não deveria manter as escolas e que só as mantinha por se sentir atraído por homens de farda (https://www.cnnbrasil.com.br/politica/lamento-sua-ignorancia-eduardo-leite-e-jean-wyllys-discutem-sobre-escolas-civico-militares/https://oglobo.globo.com/blogs/sonar-a-escuta-das-redes/post/2023/07/jean-wyllys-e-eduardo-leite-batem-boca-sobre-escola-civico-militar-homofobia-internalizada-ignorancia.ghtml).

Ora, meus três ou quatro leitores, qual a relação que poderia existir entre a orientação sexual do governador e as políticas públicas educacionais que ele implementa no estado por ele gerido?

A educação é um dos caminhos que garantem passaporte seguro para o futuro de uma Nação. Pena que no Brasil tem muita gente trabalhando ativamente para impedir que pessoas tenham melhores oportunidades.

***

Atacar um juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) e sua família, ainda mais num outro país, demonstra a existência de uma chusma que se comporta como manada. Se assim é, para segurança de todos que se guarde esse pessoal num curral.

Em tempo: não é pelo fato de o ataque ser a ministro do STF que a alcateia deve ser isolada do convívio social, mas por ser ataque a um cidadão livre e no pleno exercício dos seus direitos. Alexandre de Morais é contingencialmente ministro do STF. Certamente a contingência associada às posições do ministro inflamam os espíritos dos adversários dele, mas não são motivo para ser hostilizado como foi – e como têm sido outros colegas dele.

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